quarta-feira, 2 de abril de 2014

Dia do livro infantil - comemora-o com o Dragão Encantado

O DRAGÃO ENCANTADO

Num reino muito distante, vivia um Rei que tinha um grande desgosto por não ter filhos.
Um dia, andava a rei o caçar nos seus bosques, quando viu uma serpente com os filhos à volta. O rei parou e ficou a ver como a serpente brincava e acarinhava os bebés.
Grossas lágrimas correram pelas suas faces e num sussurro o disse:
- Até uma serpente tem filhos. Só eu não consigo tê-los. Se ao menos tivesse uma serpente para amar!
O Rei continuou a sua caçada e não nunca mais se lembrou deste encontro.
Alguns meses mais tarde, a rainha sua esposa ficou grávida. Enfeitou-se o Palácio, chegaram músicos e malabaristas para receber o tão desejado Príncipe, mas qual não foi o espanto do rei quando viu que afinal o bebé não era um príncipe mas sim uma pequena serpente.
Lembrou-se então o rei do encontro que tinha tido no bosque e das palavras que havia proferido. O seu coração era tão grande que decidiu que amaria aquele animal como se de um príncipe se tratasse.
Quem não ficou nada contente foram os nobres da corte. Todos os dias diziam ao Rei:
- Mande matar o bicho, Senhor, que a crescer desta maneira vai tornar-se um grande dragão e quando já não tiver leite quererá comer as meninas do reino como qualquer dragão que se preze.
Mas o rei fazia de conta que não ouvia e a serpente cresceu, cresceu e num gigantesco dragão se transformou.
Uma noite, guinchou tanto, lançou tantas labaredas que os nobres da corte voltaram a falar com o Rei:
- Senhor nosso Rei, mande matar o bicho que a fome já aperta e logo, logo, vai querer comer meninas.
O rei, só para ver o que eles diziam respondeu-lhes:
- Tragam então as vossas filhas para que ele se alimente, a primeira a ser comida será a do primeiro nobre que falou.
Os nobres arregalaram os olhos de espanto e de medo e cochicharam entre si, dizendo depois ao Rei.
- Com a Vossa permissão, Senhor nosso Rei, não concordamos com essa decisão. Lembre-se o Senhor que, assim que acabarem as nossas filhas, esse monstro vai querer comer as meninas do povo e o povo revoltar-se-á. E lembre-se Vossa Majestade que o povo o pode destronar. Assim, o melhor será irmos roubar as meninas ao reino vizinho.
Com o coração apertado, o Rei afastou-se sem saber o que responder.
Nessa noite, teve um sonho: uma linda fada dizia-lhe:
-
Deixai que os nobres cavaleiros roubem as meninas do reino vizinho. Prometo-vos que todas elas serão devolvidas aos pais inteirinhas. Apenas uma ficará e dessa cuidarei eu.
Quando acordou de manhã, o rei, com o coração cheio de esperança pelas palavras ouvidas, mandou que se fosse ao reino vizinho buscar as meninas.
Ora acontece que nesse reino vivia um pobre homem que tinha duas filhas. A mais velha era linda e bondosa e filha do seu primeiro casamento. A mais nova era muito má e vaidosa.
A mulher deste homem, só tratava bem a sua filha, a quem mimava em demasia. À enteada dava maus tratos e obrigava-a a guardar o gado quer fizesse sol ou chuva.
Foi num destes dias, em que a menina guardava o gado debaixo de um forte temporal, que uma fada lhe apareceu dizendo-lhe:
-
És uma boa menina e eu sou a tua fada madrinha. Se seguires as indicações que te vou dar libertar-te-ás desta vida que levas e serás coroada Princesa.
- Princesa, eu?! – perguntou a menina a rir.
A fada fez aparecer um lindo vestido de seda branca, bordado a ouro e disse-lhe:
- Guarda este vestido sem que ninguém o veja. Só o poderás vestir no dia do teu casamento.
A menina pegou no vestido e escondeu-o por baixo da sua camisa velha e larga.
Nesse momento, a fada desapareceu e apareceram os cavaleiros do rei com uma fila de meninas presas por uma corda.
Rapidamente ela deitou as mãos à terra e apanhando um bocado de lama esfregou a cara e os braços, na tentativa de que não a levassem por lhes parecer muito feia.
Mas os cavaleiros pegaram nela e prenderam-na junto com as outras.
Chegaram ao Palácio ao cair da tarde. Os guinchos do dragão ecoavam pelos corredores e os cavaleiros decidiram escolher a mais feia das meninas para lhe oferecer.
Como a menina tinha a cara coberta de lama, os cavaleiros disseram a gozar:
- A tua hora chegou, mas não te preocupes que nós levamos-te ao Príncipe para que ele case contigo.
Ao ouvir estas palavras a menina vestiu o vestido que a fada lhe dera e ficou tão bonita que os cavaleiros correram dali a pensar que era uma aparição.

Então, sem precisar que lhe indicassem o caminho, a menina dirigiu-se para a sala onde o dragão continuava a guinchar e a lançar labaredas e olhando muito séria para ele gritou-lhe:
- Tu, que és filho de um rei, devias envergonhar-te de quereres comer meninas. Se algo de humano existe em ti, ordeno-te que te apresentes já tal e qual és.
Palavras não eram ditas e já o gigantesco dragão se transformara num jovem e belo Príncipe.
Ao seu lado apareceu a fada que os levou à presença do rei e lhe disse:
-
Vossa Majestade, aqui lhe trago o vosso filho e a Princesa que o libertou do encantamento. Casai-os e mandai que esta história se espalhe pelo mundo para que todos saibam que mesmo escondida por baixo da pele de um monstro se pode encontrar uma boa alma.
O Rei ficou tão feliz que de novo mandou enfeitar o Palácio, chegaram músicos e malabaristas, o Príncipe e a Princesa casaram e viveram felizes para sempre.

Adaptação de uma história tradicional


Mapas do Reino do Dragão Encantado - pelos alunos do Torrão do Lameiro

http://pt.calameo.com/books/000380376f0239ce1da56

Personagens do Reino do Dragão Encantado - pelos alunos do Torrão do ~Lameiro

http://pt.calameo.com/read/000380376ef3df1743fee

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