domingo, 30 de abril de 2017

Cosmogonia



Cosmogonia

No princípio era o frio, o negro e o vazio.

        Das suas asas, a Fénix sete plumas retirou:

           - Com a primeira criou a Terra, a Água, o Fogo, o Ar e o Éter;

        - Com a segunda criou todos os animais e plantas que no mundo existem;

           - Com a terceira criou a Ilha Sagrada;

          - Com a quarta criou os Febes, o Povo da Montanha Áurea, guardiães das substâncias primordiais;

          - Com a quinta criou os Uribás, o Povo dos Pântanos, que vive longe de todos os olhares porque as neblinas os protegem de ser encontrados. São eles os guardiães do livro sagrado: O Livro da Fénix ou a Criação do Mundo;

        - Com a sexta criou os Homens e dotou-os de sabedoria para governarem em paz;

        - Com a sétima meditou durante 3 dias e 3 noites dotando-a, assim, do poder de destruir os seres das trevas. 

        Esta pluma foi guardada na Arca de Carvalho e entregue aos Uribás.

        in O Livro da Fénix ou a Criação do Mundo, Fólio I

sábado, 29 de abril de 2017

Na Biblioteca Municipal de Vila Nova de Cerveira

Ontem o dia foi passado na Biblioteca Municipal de Vila Nova de Cerveira, num encontro com alunos do 1º ciclo (de manhã), da Escola Profissional (de tarde) e adultos (ao final do dia).
Com os mais pequenos a atividade desenvolveu-se a partir da obra "Histórias Encantadas de Fadas Baralhadas".
Com os alunos dos cursos de Comunicação e Fotografia, foi apresentada a obra Escrita Curativa. Os alunos escreveram um texto proposto nesta obra.
Com os adultos foi um encontro informal, em que a conversa se foi desenvolvendo de forma animada, em torno do tema técnicas de escrita.
Hoje de manhã foi a vez da Hora do Conto, onde os mais pequenitos nos surpreendem sempre com a sua capacidade imaginativa :)





quarta-feira, 26 de abril de 2017

7 Frases de Gabriel García Marques


“A vida é a melhor coisa que se inventou.”

 “A vida não é a que cada um viveu, mas a que se recorda e como se recorda para a contar.”

“Não há medicamento que cure o que a felicidade cura.”

“Só porque alguém não te ama como tu queres, não quer dizer que não te ame com todo o seu ser.”

 “A memória do coração elimina as más recordações e enaltece os bons. Graças a esse artifício, conseguimos suportar o passado.”

“A vida não a ensina ninguém.”

“O mais importante que aprendi a fazer depois dos 40 anos foi dizer não, quando é não."

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Poemas para lembrar abril


Ei-los Que Partem

Ei-los que partem
novos e velhos
buscando a sorte
noutras paragens
noutras aragens
entre outros povos
ei-los que partem
velhos e novos.
Ei-los que partem
de olhos molhados
coração triste
e a saca às costas
esperança em riste
sonhos dourados
ei-los que partem
de olhos molhados.
Virão um dia
ricos ou não
contando histórias
de lá de longe
onde o suor
se fez em pão
virão um dia
ou não.

Manuel Freire

Revolução 
Como casa limpa
Como chão varrido
Como porta aberta

Como puro início
Como tempo novo
Sem mancha nem vício

Como a voz do mar
Interior de um povo

Como página em branco
Onde o poema emerge

Como arquitectura
Do homem que ergue
Sua habitação
Sophia de Mello Breyner Andresen



Os medos

É a medo que escrevo. A medo penso.
A medo sofro e empreendo e calo.

A medo peso os termos quando falo 
A medo me renego, me convenço

A medo amo. A medo me pertenço.

A medo repouso no intervalo
De outros medos. A medo é que resvalo
O corpo escrutador, inquieto, tenso.

A medo durmo. A medo acordo. A medo
Invento. A medo passo, a medo fico.
A medo meço o pobre, meço o rico.

A medo guardo confissão, segredo.
Dúvida, fé. A medo. A medo tudo.
Que já me querem cego, surdo, mudo.
José Cutileiro